Não têm pachorra? Obrigado, voltem amanhã!(*)
O pastor que guia o gado miúdo pela serra ao encontro de erva fresca sabe, à partida, que pela exposição a que se sujeita passa a governar a insegurança dos seus. Isto dos blogs é como o pastoreio.
Um campo imenso e habitado por vários pastores que cruzam os seus egos fiéis com a natureza inquisitória ou diligente dos outros.
Se há coisa que não faz sentido é adulterar as prerrogativas e estética de cada individualidade em função da eficácia interpretativa ou do tempo dos receptores. Para os mais modestos ou tímidos, a existência deste canal digital de comunicação não depende do seu visionamento alheio e externo.
Não se arriscará a uma "plástica" do discurso e "falsa" (porque não expontânea e fiel) atitude filosófica?
Nesse caso, é melhor que cada pastor fique em casa e com o pragmatismo seguro.
Os mails variados que tenho recebido nos últimos tempos não me servem, por exemplo, para fazer o "bocadosdegente.blogspot feito pelos leitores" (receita do Abrupto.blogspot de Pacheco Pereira), visto não concretizarem qualquer pretensão teórica e tão pouco terem a ver com a minha índole e pessoalidade de telhados de vidro tantas vezes espatafúrdia!
«Textos demasiado longos», «temáticas relativistas», «sensibilidades rebuscadas», «dispersão incontrolável dos conteúdos», «estruturação cénica da escrita», etc, é fundamentalmente o eco dos fundos do bocadosdegente.blogspot.
Meus queridos leitores, essa economia que me sugerem é impossível e contrária à personalidade que só aqui pode ganhar corpo!
A blogosfera não consigna modos próprios de escrita e da leitura consequente.
Parece-me que esse género "informal" da prosa curta e pouco aprofundada tão típica dos posts, instituíu-se por razões tecnológicas e não por algum estilo pré-definido:
- Esgotam-me a paciência 600 batidas de texto num ecrã(iiiiiiinhooooo) de 15 polegadas que, sujeito a todos os meus movimentos de cabeça, me fadigam a córnea ocular (!!!!!!!!!) e afectam a limpidez do cristalino (!!!!!!!!!) para as variações de luz;
- Enquanto leio na diagonal o Diário de Notícias por que o seu grafismo me cansa, o Público na vertical e só 60% das suas páginas úteis, já os bloguistas que ausculto, pareço ter uma espécie de consideração que (após confirmar o meu interesse pelas IMENSAS linhas) me leva a imprimir as "pretensões" do dito para as ler sem os condicionamentos mencionados;
- Talvez tenha mais sorte que a maioria... é que como o meu português não é dos melhores, não há pontapé na língua que me demova a curiosidade. Para os mais puristas não é menos fácil. Basta-me um dicionário e um prontuário!
- Etc.
Patati, patatá (...), o que interessa meus caros e parcos leitores que tenho o privilégio de serem da minha amistad imparcial e não do anonimato crítico que não há como "fidelizar" empiricamente, é que a médio-prazo torna-se-me impraticável esse tipo de consumo.
Ou esperam que exercite a irreverência desajeitada e o romantismo compulsivo a contragosto?
Não acredito...
Ou terei intrepretado mal o facto de me convocarem pelo mail particular e fora do âmbito da blogosfera?
Patati, patatá (...), deixemo-nos de «conversa da treta» e, se já não têm pachorra, voltem amanhã!
(*) Os outros títulos que eu não usei:
1 - «Para ver (com olhos de ver) a pintura dos últimos dois séculos, vou aos museus e não a um ecrã digital que assassina o essencial da cor, do brilho e da plasticidade»
2 - «Como não tenho "Estudos sobre o comunismo", ofereço-vos myself!»
3 - «Parcimónia dissertiva? É coisa que aqui faço questão de não usar!»
4 - «Críticos, façam desta casa a vossa!»
5 - «Perdoem-me não "rasgar" a genialidade ou não conhecer o humor!»
1 Comments:
minha querida amiga, concordo plenamente com as tuas sábias palavras. há liberdade de expressão ou não? ;)*
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