«Agora a dança é outra» mas o equilíbrio das forças de poder no mundo continua à sombra da vontade americana
Séc. XX
A II Guerra Mundial termina à custa da acção militar mais atroz que este século e o anterior jamais pôde imaginar e que foram os lançamentos das bombas nucleares sobre o Japão.
Para a vivência dolorosa e massacrada dos Aliados (Grã-Bretanha, Estados Unidos, China, França e mais tarde a União Soviética) e todos os pequenos países satélites ainda não envolvidos directamente no conflito - mas nem por isso a salvo das Potências do Eixo lideradas por Hitler (Alemanha, Itália e Japão) - este autêntico genocídio acabou por ser um mal menor.
Uma intervenção fulminante que permitiu o armistício entre os Aliados, Coreia do Sul, Japão e o fim de um plano geoestratégico e expansionista no mapa terrestre cujo futuro só podia ser dizimador para toda a Europa.
Podemos agradecê-la ao Tio Sam, mas isso não significou que a sua cultura secular, a par da tendência de se constituir a única superpotência, se intimidasse para posteriores acções de ordem militar para «repor a paz, a liberdade e a democracia»:
- 1983: Na América Central (Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala) e numa luta de forças entre a Esquerda e a Direita, os EUA insistem em se envolver. Ronald Reagan envia tropas a Granada com o objectivo de impedir a «expansão do comunismo na América Latina» e consegue derrotar a resistência cubana na ilha, derrubando o governo local.
- 1986: Aviões americanos atacam uma base aérea da Líbia na cidade do líder Muammar Gaddafi;
No Panamá, após fracassadas tentativas de depor Manuel Noriega, George Bush, envia 24 mil soldados para invadir o país. Derruba o governo e empossa Guillermo Endara, derrotado nas eleições por Noriega.
- 1990-1991: Dá-se a invasão americana do Kuwait (ocupado com tropas do Iraque) e os EUA impõem ainda um embargo económico ao país. Seguiu-se a intervenção concertada anti-Iraque (países europeus membros da OTAN, Egipto e outros países árabes) que ganhou o título da Operação Tempestade no Deserto.
- 1992: Forças norte-americanas chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e as tropas do general rebelde Farah Aidib.
- 1993: Em retaliação a um suposto atentado - não concretizado - contra o ex-presidente Bush em visita ao Kuwait, Clinton lança um ataque contra instalações militares iraquianas.
- 1995: Os EUA enviam tropas para o norte da Bósnia, para garantir a assinatura formal do acordo de paz entre Sérvia, Croácia e Bósnia.
- Etc.
Os EUA saem do século XX com assuntos demasiado "inéditos" por resolver e que envolvem todas as nações.
Não deixa de ser irónico que a maior superpotência do planeta tenha acumulado tanto poder e se tenha tornado vítima dele agora no século XXI.
Consequência directa dos "direitos de senhor", que os americanos reclamam e exercem por serem o país mais rico e poderoso militarmente, novas tensões - as árabes - tornaram-se perigosas para todos nós quando se deu a acção terrorista do II de Setembro e constituiem o começo de uma nova era de guerrilha - a fanática.
Tudo resultado da ânsia desmedida e louca da «paz mundial» da nação americana e - insólito e perturbador - são também eles a espoleta de origem desses focos, e os mesmos que têm agora que salvar o resto do mundo que (in)directamente arrastaram.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home