sábado, abril 23, 2005

Sexo-expresso (XIV) ou Sexo viril

O João Tigela, esse só era admirado no dia da capeia. Músculos de garanhão, forçudo como o boi da semente, atrevido e ligeiro como os galgos do Ramenhos, era o primeiro à galha do forcão e o homem-espectáculo à frente dos touros.
Não, nesse dia não havia pai para ele.
E cada rapariga, no mais íntimo dos seus pensamentos, alimentava um fugidio desejo sensual de casar com ele.
E a Ilda não era excepção até porque as suas condições sociais se equivaliam, e porque a Alzira se entrepunha entre ela e o Cafurras.
E, destravada como era, não esteve com mais aquelas.
Quando o Tigela, para se livrar de uma investida da fera, teve que saltar para a roda de um carro qualquer e agarrar-se aos vestidos das assistentes, encontrou fogo nos olhos da Batocas
e fez-lhe uma piscadela que se lhe cravou no coração.
Excerto do "O Crime da Escanabada" de Bernardino Henriques

Ilustração de Paula Rego para o livro "Jane Eyre" da Editora Cavalo de Ferro

Apesar de 93% dos portugueses considerar que no casal tanto o homem como a mulher devem trabalhar fora de casa, 78% que considera que as crianças sofrem quando a sua mãe trabalha e, como tal, cerca de metade da população acha que a mulher devia ficar em casa até os filhos fazerem seis anos.
Estudo de Karin Wall do Instituto de Ciências Sociais e de Lígia Amâncio do ISCTE - 2005