terça-feira, julho 12, 2005

Parte do Novo Código da Estrada (como as multas) não passa de um instrumento estatal para arrecadar as receitas que não tem coragem de ir buscar a...

Portugal é uma malha complexa e atabalhoada de estradas velhas que confluem em estradas novas; vias únicas em faixas múltiplas, auto-estradas tantas vezes de qualidade inferior ás nacionais, sinalização confusa e sujeita a "critérios regionais" que a afluência transfronteiriça e europeia não consegue interpretar, etc.
Um autêntico macramê de alcatrão e cimento armado sujeito ao civismo leviano dos condutores portugueses que até hoje podia dar-se ao luxo de tirar o brevet sem necessariamente saberem ler ou escrever.
O Governo decidiu pôr cobro aos amadores e incautos encartados e preparou novas regras que, fundamentalmente, são o agravamento das coimas e a apreensão dos veículos.
No entanto, descurou mais uma vez os seus agentes de segurança sem meios modernos e equiparados à profusão dos itinerários e ao desenvolvimento tecnológico das viaturas que circulam.
A acção governamental do primeiro trimestre aposta numa abordagem repressiva e militarizada sobre os condutores, ao invés da fiscalização em modos reeducadores da consciência e com vista à verdadeira e importante prevenção da mentalidade infractora.
Quem ultrapassava ligeiramente a velocidade permitida na Ponte Vasco da Gama - distraído pelo seu pavimento macio e nocturnidade harmoniosa - pode chegar a casa sem viatura.
Aqueles valentões com não sei quantos cavalos "enturbados" que fazem criminosas race-cars no Montijo, esses continuarão a dar vergonhosos "bailinhos" à Brigada de Trânsito.
Um dia esses maquinófilos das quatro rodas quase chegam à Lua, entretanto o cidadão comum deixa de conduzir e à BT resta-lhe justificar o Pré em policiamento nocturno e parqueado aos milhares de veículos que o Código da Estrada "encostou" na berma definitiva, por que o proprietário não conhece salário para pagar as multas.
Isso é que era bonito de se ver!
O mais certo é que - antes de isso e de não haver lugar para os "rebocados" - já a indústria automóvel se tenha lobbizado com as autoridades e os tecnocratas políticos e "tratado" de arranjar pagamentos por conta para os utentes saldarem as suas dívidas...