Há (pelo menos) duas formas de oposição política...
...à legislatura governativa. O que as distingue fundamentalmente é a forma como se contribui para resolver qualitativamente o que está "mal".
Assim, os partidos de oposição parlamentar podem sugerir ideias para minorar o que não tem solução à vista e a curto-prazo (Fórmulas A) ou soluções radicais para o que já só padece de milagres (Fórmulas B), sendo estas ultimamente meros placebos de (falsa)inovação e sem os resultados desejados.
Constata-se que a economia europeia está nas lonas e que José Sócrates, como tal, não tem à sua disposição muitas Fórmulas A.
Tem a total confiança da sociedade portuguesa (manifestada pela maioria das Legislativas) para as Fórmulas B que entender mas, por outro lado, no que toca à dinâmica social aliada à perspectiva protectora do Estado, isso é coisa que nenhum eleitorado jamais deu de bandeija a qualquer partido.
Actualmente para a maioria das pessoas, mais importante que o enriquecimento pessoal ou global, é a autosuficiência numa economia sem luxos (por controlada) e sob a severidade do estado fiscal e especulador (como última alternativa geradora de receitas).
Os portugueses aceitam toda a espécie de sacrifícios e chegam a abraçar verdadeiras "ditaduras democráticas" dos seus governantes, mas nunca engolirão sem resistência o disvirtuamento do papel do Estado no que toca à Segurança Social, Reformas, Ensino, Saúde, etc.
Nada a que não tenham direito porque, afinal de contas, nada que não tivessem passado a vida a subsidiar e a pagar às vezes sem retorno!
As propostas (ainda sem conteúdo proposto) do «novo modelo do desenvolvimento económico e social» do PSD são Fórmulas B de uma classe económica dominante cuja ética política se dispersou em caprichos partidários que parecem terem-na ultrapassado!
Quando Marques Mendes lança slogans como «encontrar novas vias para melhorar o bem estar dos portugueses» ou «menos e melhor Estado», é caso para perguntar o que é feito do progresso do liberalismo económico dos 9 ministros sociais-democratas das finanças que tivémos até hoje (Cavaco Silva, Eduardo Catroga, Ferreira Leite, Cadilhe, Bagão Félix, etc) e que não distam assim tanto da realidade económica actual.
E perguntar, inclusivé, a um dos porta-vozes destas Fórmulas B (o antigo ministro Catroga) se, depois do Estado quase privatizado na totalidade, leiloado indiscriminadamente o seu erário público e despojadas as suas economias em "maus negócios", porque é que «Portugal precisa de melhorar os seus índices de produtividade» se os ciclos económicos estão nas mãos e sujeitos aos impulsos dos privados,
O que é que está ainda por tratar na «redefinição do papel do Estado na economia e na sociedade»?
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Sobraram ainda galinhas de ovos de oiro?
A «implementação de políticas públicas de melhoria da produtividade» não passa - também - pela seriedade de objectivos e capacidade execuível das "fórmulas" políticas dos líderes públicos (pelo menos no que lhes restou para a conta da mercearia)?
Se a capacidade de investimento está nos privados e o timing das cifras na economia global, que instrumentos pode ainda o Estado fornecer para «ser motor do desenvolvimento» e do «bom ambiente» para a sociedade em geral?
O PSD lançou a ideia de que «Portugal é viável» se os agentes políticos, económicos e sociais se esforçarem na «reestruturação do Estado e do aparelho produtivo».
A mim, parece-me mais uma FÓRMULA B (soluções "radicais" para o que já só padece de milagres) vinda de um partido que teve no Governo o tempo suficiente para se antecipar à precaridade das suas Fórmulas A (ideias para minorar o que não tem solução à vista e a curto-prazo).
Lá em casa - quando há apertos - não subvertemos as prioridades e desprezamos princípios pilares.
Temos a esperança de ainda encontrar alguma Fórmula A perdida pelos cantos da casa. Se tal não acontece, uma coisa é certa, não "escangalhamos" tudo para ver o que acontece... não vá a casa ir abaixo!
Mas isto é lá em casa...
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