Sexo-expresso (XX) ou os Sexual Groups Selections
Os Sexual Group Selections não são a performance e a fórmula pura das teorias de selecção natural darwinistas, mas os agentes, esses, detêm conhecimentos sobre os fenómenos sociais e exploram peculiares grupos para gáudio do nosso voyeurismo e fortalecimento das suas economias.
Por mais resistência que se tenha e pudor diplomático que se preze, se há coisa que nos desassossega é o anonimato impenetrável dos que abeiram o nosso quotidiano.
A essência do voyeurismo não passa só pelo estilo ou Espécimen (vulga tara) que nos surge provocador.
No entanto, da observação curiosa à perseguição não há mais distância do que a que medeia o bom-senso e a fixação fetichista.
É entre a sensibilidade própria da intimidade de cada um e a tentação de perscrutar a dos outros (principalmente quando a suspeitamos anómala e depravada) que se reúnem os ingredientes para o candidato a voyeur.
Por isso continuam a ser tão intrigantes as inclinações sexuais das figuras públicas, em particular quando sugerem características de elite em que domina a falsa anarquia porque a escolha dos candidatos não deixa de ter critérios próprios.
"A Quinta das Celebridades" é um modelo (mesmo que rasca) destes Sexual Group Selections.
- um grupo sexualmente escolhido a dedo e sujeito à intimidade propícia e inevitável já que confinado todos os dias ao isolamento subsistente, autónomo e sem necessidade de recorrer ao contacto exterior;
- figuras de extensão pública com características especialmente férteis e adequadas ao sexo mediático e viciante (embora muito antes de enclausuradas naquela quintarola falsamente rústica, já fizessem as delícias dos comuns sobre o seu peculiar mundo).
No entanto, os sentimentos promíscuos e as relações "oportunistas" que sobressaem nestes grupos só existem porque a sociedade voyeur lhes dá essa visibilidade enquanto tal.
Todos e ninguém, claro!
O "espreita" (tradução fiel do francês voyeur) só se distingue do espiar natural e tolerado, quando esse acto (sem direitos) sobre a intimidade alheia passa a ser motivado pela curiosidade mórbida e se transforma num impulso patológico e sem controlo.
O que importa nos Sexual Group Selections não é o seu hipotético perfil clínico desviante, mas a construção mental que lhe está subjacente e que em alguns aspectos se aproxima da fórmula de Darwin.
O célebre naturalista e fisiologista inglês, quando apresentou na época as famosas teorias das "Origens das espécies por via da Selecção Natural", dizia muito simplesmente que a própria selecção da vida (no sentido da preservação da sua qualidade) passa por uma espécie de altruísmo consciente de grupo e que permite vantagens sobre os outros grupos no sistema.
Não é à toa que o mecanismo psíquico subjacente ao altruísmo seja extensivamente estudado e teorizado nas disciplinas sociais e científicas, com vista ao desenvolvimento económico e cultural de outros Social Selected Groups.
Por outro lado, com a actual tendência para a "vida esotérica" e o "sentimento profundo e universal do homem civilizado" en vogue (em que as coisas estão todas interligadas e sempre que algo morre tudo é afectado), esta cumplicidade sociológica e moralista com os Sexual Group Selections por parte do espectador/voyeur verifica-se inspiradora na acção comunitária do indivíduo e constitui-se um anti-stressante para a contemporaneidade rotineira.
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