A notícia directamente proporcional às minhas quadras
O Euro chegou à Cidade
Pela cidade do Euro anda muito povo, vibram hinos e estandartes de uma Europa pouco aliada.
Vamos todos à bola, que isto não é novo e a hora é para a malta se esquecer do país oco e mouco!
A cidade está ao rubro e vaidosa como nunca. É gente convicta aos olhos da Nacção, mas não fosse o futebol e mais parecia tudo fita e muito pouco de razão.
Estão nas luzes da ribalta. Tanto oferecem a camisola, como expulsam o mais incauto, a quem roubam a bola em jogadas certas, que para o voto em Bruxelas jão não se viram as pernas!
O Euro chegou à cidade, a Bruxelas ainda não.
Junto ao Tejo as gentes agraciavam a vitória. Esmoreciam outros que por tão pouco faziam história.
Para quem se abeirava do Marquês e lançava a vista até mais não, a praça mais parecia fortaleza, porém, não era fortaleza não.
Resistia, ferroso e hirto, o Marquês de Pombal, à escalada humana que o consumia. Nem os braços da avenida continham o povo que lhe parecia em liturgia.
Lembranças de outrora, concerteza, mas eram cravos que se viam na aurora.
O Euro deixa a cidade e a taça leva-a os gregos. Como homens chorámos, prostrados no mais profundo dó que arranjámos.
Fortaleza era o Euro, esperança foi o homem, e, desta vez, também o povo.
Agora sem pódium fica a Nação perdida para a glória, anestesiada para a mudança, que o Euro consumia toda a esperança.
O Euro deixou a cidade, que país triste o nosso...
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística) o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu cerca de 1,5% reais, no 2º Trimestre de 2004, pelos efeitos directos da realização do Campeonato Europeu de Futebol no nosso país.
Eticamente esta informação obriga-me, com preceito, a rever estas quadras que fiz, faz já alguns meses, inspirada que estava pelo país eufórico e inchado. Permitam-me então alterar o último bloco de quadras pelas seguintes frases:
(...)
Agora sem taça fica a Nação perdida para o título póstumo, mas vale-lhe a prata farta que entrou para os bolsos bem a propósito.
O Euro deixa a cidade e chora-se em tormento. Ficou a abastança e para o PIB revelou-se o aumento.
Viva o Euro! Viva o PIB!
Rezem as crónicas deste nosso bom momento.
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