Homenagem Bocadosdegente (II)
"Há alguns anos atrás, a entrevista televisiva não era agressiva, havia uma tradição de ser UM ESPAÇO DE CONVERSA..."
"A entrevista exige MATURIDADE NA RELAÇÃO COM O OUTRO, na compreensão das reacções, dos limites..."
"... EU NÃO POSSO ENTREVISTAR UM ESCRITOR CUJOS LIVROS NUNCA LI! Não posso! Eu tenho de saber o máximo sobre aquela pessoa, não para mostar o que sei, mas para conseguir 'puxar' o máximo possível."
"Se tivesse começado a fazer televisão aos 20 anos, ainda numa fase de crescimento, isso teria interferido na minha vida, na minha maneira de ser, DE ME VER E DE ME COLOCAR EM RELAÇÃO AO MUNDO. O facto de ter começado a aprender na televisão já aos 45 anos permitiu que não perdesse a noção de que isto não é estrelato."
"Não estamos ali a melhorar, a criar uma obra literária, a transformar ou a alterar o que a pessoa disse. Temos de conseguir dar o essencial, DAR O RETRATO DA PESSOA E TEMOS UMA INTERVENÇÃO QUE É UM ENRIQUECIMENTO."
Entrevista de Ana Sousa Dias à "JJ" - Grande Prémio Gazeta 2004
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