Os cães e os blogues
Apercebi-me, faz já 3 dias, que os meus companheiros canídeos têm um comportamento como que "apreensivo e ausente", permitam-me estes adjectivos humanos.
Primeiro estranhei e depois entranhei, como a Coca-Cola do Fernando Pessoa. Passaram mais 2 dias, e aqui já me acautelava na observação diária destes dois pequenotes, e nada de novo:
A comida continua nas tijelas e já não me trepam pelas pernas acima quando regresso a casa ao fim do dia, entre outras performances.
Hoje vou pôr tudo em pratos limpos, caramba, que não tarda muito e tenho de ir a correr para o veterinário, mas antes disso, arranjar a folga impossível com a mesma impossível da minha mãe e aturá-la ao telemóvel 1 hora seguida sobre a minha irresponsabilidade.
"Porque tu sabes que eles só têm os donos para os afectos; o Scobidoo têm uma doença muito grave para andares com a cabeça na lua; que não te podes esquecer que o tratamento dele foi um balúrdio; que ora só queres cães, ora esqueces-te de os compensar"; porque a minha mãe é assim como ninguém; porque a ideia foi minha e quem sofre e fica triste é ela e o meu pai; blá, blá, blá.
Garanto-vos que não é nada fácil argumentar com esta senhora justa e coerente, que, espantosamente, e não é por ser minha mãe, que eu não fui fresca quando nova, que surpreendemente põe-me a sentir o Jack, o Estripador, no que toca à partilha da vida canídea lá em casa.
Não passa de hoje, se não estou feita com a minha mãe, com o meu pai que a apoia mesmo quando está distraído da questão em si, e, ainda, com a minha irmã que tem a mania que é esperta, mas que neste caso também teria razão.
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