Alegre/Sócrates/Soares ("En Garde"!)
Não há nada de errado no facto dos políticos terem diferentes abordagens e métodos políticos. Todos eles são (e sabem-no como ninguém) moralmente obrigados a entre si reconhecer, tolerar e aceitar os que parecem divergir. Como peças da mesma engrenagem têm a consciência política que todo o fundamento ideológico, desde que na da mesma génese, é sempre um meio para o mesmo fim maior - o pensamento político aprimorado, empírico e legitimado na aplicação e nos resultados que confirma. Asim, o modos operandus só será questionado verificando-se nele o não reconhecimento dos ideais pelas suas bases internas e humanas.
Aceitando esta premissa - relação do conteúdo e consolidação em objectivos na participação política de qualquer um - pouco importa que armas se escolhem se o sério e dedicado militante tem consciência que deve reflectir e analisar nestes moldes, cumprindo os verdadeiros fundamentos ideológicos da sua organização.
Veio-me isto à baila pelo trio desconcertado e avindo que os candidatos do PS têm protagonizado nos últimos dias.
Lembraram-me - em antítese - "Os 3 Mosqueteiros" de Dumas famosos pelo espírito de equipa e não pela individualização estereotipada como arma de arremesso (contrária a qualquer conduta colectiva) nesta corrida ao poder.
Doutra maneira como explicar então que em campanha eleitoral cada candidato se veja rodeado por minis-PS's, formados pelos apoiantes de candidatura, todos reconhecidas personalidades influentes da orgânica política daquela mesma instituição.
O que significam estas polarizações de estratégicos e responsáveis militantes, senão o reflexo do vácuo político-direcional que o PS enfrenta agora?
Não me parece que possamos ouvir como no clássico de Alexandre Dumas, "todos por um", porque observámos no mínimo que são "cada um por si".
O que esperam as bases destes concorrentes e "falsos mosqueteiros" ao serviço da sua razão e partido?
Não seriam a representatividade escolhida e inquestionável da unidade e coesão dos ideiais subjacentes?
Não seria um corpo vivo e aglutinador do pensamento político, motor para a acção concertada daquele partido na sociedade?
Quando este Portugal politicamente bipolarizado (PS/PSD) é confrontado pelo esvaziamento da ética e moralidade política da sociedade - produto da demissão de Durão barroso - o que pensar?
Somos obrigados a amanharmo-nos com um PSD sem qualquer "oásis" na manga e com um PS há muito - talvez desde Sá Carneiro - há muito perdido e em (des)construção, o que lhe hipoteca qualquer alternativa à direita.
Constata-se o desmantelamento interno - donde resulta a demissão de Ferro Rodrigues - fenómeno que é mais um sinal do enfraquecimento estrutural e organizacional do PS. Num PS perdido e adoentado este é o primeiro passo de sobrevivência para a sua iminente colagem a outros, a outras forças.
O que se pode esperar deste partido e dos homens que preparam o seu futuro, que ora se abraçam à porta da Judiciária de Lisboa, ora se atacam vulgarmente para a tomada dos comandos?
À semelhança de "Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém têm razão", se eu fosse Guterres o que dizia era mesmo: "No PS escassa a união, todos querem ir ao poder mas ninguém tem coração".
EN GARDE!
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