25,5€ De papel borrado (0,85€ x 30 dias)… mais os incógnitos €'s da versão on-line… = ????????????
Que rica prenda me saíu o meu barómetro social, reduto da palavra erudita (antro para alguns), dicionário multicultural, mini-instituto da estatística enfadonha do INE, brevet cosmopolita de Lisboa que me preenche a melancolia, semanadas de cidadania livre, breviário político (muitas vezes antagónico e suspeito enclave informativo), suplemento para as ideias (adubo de contradições também), substituto e sucedâneo intelectual do inflacionado mercado dos livros e, para a minha inteligência curiosa mas limitada, o acesso importantíssimo à geografia humana mundial em micro-análises desenvolvidas q.b. que raramente me deixam insatisfeita e não me cansam nem queimam os neurónios imaturos.
À porta do 15º aniversário (a 5 de Março) o "Público" aproveita para me participar que a sua versão on-line vai ser remodelada e entrar numa nova dinâmica de navegação (espero que sim, que esta última configuração é menos versátil que a anterior), modalidade que inclui a novidade/inovação entre os seus pares concorrentes no mercado de passar a ser paga.
Cobra-me remuneração pela modernidade e acesso doméstico esta referência jornalística e «cinzentona» para aqueles que não sabem apreciar a estética tipográfica da Bodoni e privilegiar a vista (tantas vezes curta e nublada) ao que exclusivamente se deve cingir um jornal - letras muitas para conteúdos não menos vastos e complexos num formato que cansa os braços -, e só lhe exigirem atributos coloridos e práticos da revistice fácil e rápida de assimilar.
É uma transacção comercialmente honesta... mas 25,5€ de papel borrado (0,85€ x 30 dias)… mais os incógnitos €'s da versão on-line… = ????????????.
Uma coisa é certa, se mais nada nem ninguém (seja figura individual ou colectiva) cobra o que quer que seja de consulta na Internet, atrevo-me então a concluir que, num futuro próximo, ou é a falência dos leitores fiéis ao conhecimento versado na Comunicação Social ou é a deles próprios.
Nisto de elites a verdade é que o "Público" sempre somou pontos: a sua associação à Esquerda (diferente da que se conhece hoje); os salários mais altos da sua área profissional; a expressão e estética clara de uma certa classe social; o investimento comunicacional mais caro e gastador que nunca mudou de mãos porque "menino pródigo" de um empresário rico; a abordagem cultural e distinta das temáticas; a resistência ao fenómeno da "tablóidização";... e hoje a categoria luxuosa do bem que se paga para se espreitar na Internet.
É legal... afinal é o pagamento por um serviço prestado...
O meu jornal de referência vai-me sair mais caro, mas que se dane, também é verdade que ele não tem culpa que a vida esteja mais (ai!!!!!) cara!
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